
Câmara Hiperbárica
A oxigenoterapia hiperbárica (OTH) é a inalação de uma alta dose de oxigénio dentro de uma câmara hiperbárica pressurizada.
A OTH é uma técnica onde o doente é exposto a 100% de oxigénio (O2) durante um determinado período de tempo e a uma certa pressão, que é superior à pressão atmosférica, por isso mais de 1 ATA (atmosfera absoluta <=> 0 psi), e deve ser no mínimo 1,4 ATA para conferir efeito clínico, com capacidade de modalidade terapêutica.
Para entendermos o ambiente hiperbárico é essencial conhecer as leis dos gases, nomeadamente,e as leis de Boyle, Dalton e Henry, permitindo-nos assim elaborar um protocolo terapêutico.
O mecanismo fisiológico da oxigenoterapia hiperbárica (OTH) baseia-se na elevação do conteúdo plasmático em oxigénio que é proporcional à pressão de oxigénio inspirado. A OTH é usada como um medicamento e, por isso, tem uma dose específica, efeitos secundários e contraindicações.
Na medicina humana é normalmente usada para o tratamento do barotrauma que ocorre por alterações bruscas de pressão na subida (descompressão) ou descida (compressão) sendo mais comum no mergulho profissional. Existem diferentes tipos de barotrauma, contudo o que tem maior importância é o barotrauma pulmonar que pode resultar em embolismo arterial.
A oxigenoterapia hiperbárica promove:
– Angiogénese, com aumento da produção fatores de crescimento, reduz a fibrose, indução e mobilização de células estaminais;
– Reverte os metabolitos anaeróbios e a acidose intracelular;
– Estimula células nervosas viáveis mas não funcionais;
– Diminui o edema cerebral;
– Acelera a reparação tecidular uma vez que controla os radicais livres de oxigénio, diminui a peroxidação lipídica, promove redução do edema e aumenta a oxigenação tecidular.
As outras indicações da oxigenoterapia hiperbárica são:
– Tratamento de feridas;
– Traumas/lesões cranianas e/ou medulares (ex.: doença aguda do disco intervertebral);
– Lesões traumáticas e síndrome compartimental;
– Eventos isquémicos (ex.: embolismo fibrocartilaginoso);
– Queimaduras traumáticas agudas;
– Lesões de perfusão (ex.: dilatação gástrica/volvo);
– Inflamações (ex.: pancreatites, cistites intersticiais felinas, peritonites);
– Infeções respiratórias do trato superior e/ou inferior (ex.: pneumonias por aspiração);
– Anemias severas;
– Flaps e grafts dérmicos comprometidos;
– Intoxicações por monóxido de carbono;
– Lesões atléticas (ex. tendinites e miosites);
– Osteomilelites.